quarta-feira, 16 de julho de 2014

#127 Pela noite dentro


Sempre fui um ser noctívago. Claro que simultaneamente viver de dia, causa um certo transtorno.

Solução encontrada há uns belos anos, aliada a um sistema biológico que felizmente veio comigo desde a nascença? Fácil: dormir menos e no meu caso meditar, uma vez que aí recupero ainda e em menor tempo as forças físicas, psíquicas e naturalmente espirituais, que me energizam positivamente para mais uma jornada, seja ela qual for.

Digamos que é uma espécie de "stand by" planeado, que faz com que o botão do "on" ligado novamente, tenha ainda mais força.

Mas dizia eu, na noite reencontro vezes sem conta o prazer da escrita livre e sem preconceitos; da música nota a nota, compasso a compasso; da contemplação do silêncio lá fora, interrompido pelos carros que passam ou pelos animais nocturnos; no gosto pela meditação ou pela reflexão mais apurada de um sem número de assuntos.

Assim, me transfiguro ou me resgato e habito também na noite como um novo ser, na manifestação mais pura dos meus alteregos, na assumpção plena da multifacetação, na vivência da pluridimensionalidade, sob todas as formas.

Penso no Agosto que aí vem. E com ele: novo regresso ao meu mundo encantado.




* texto escrito pelas 02h47. E tanto que sinto a caminho, antes de me deitar. Gosto disto assim, até porque não sei ser de outra forma. Quem diz que a solidão é necessariamente má? Provoco-a vezes sem conta, tamanha é alegria e a paz que me dá.

5 comentários:

  1. A solidão é má quando é a solidão acompanhada, essa é terrivelmente má...destrói
    A solidão por ausência de outras pessoas, é necessária, precisamos de estar connosco próprios muito mais vezes do que muitos julgam, a solidão por se estar fora do seu meio ambiente e ainda não haver novos conhecimentos, ou não haver possibilidades de arranjar forma de se frequentar sítios que se conheçam novas pessoas, aborrece, se é já num tempo prolongado, mas não mata como se diz vulgar e “tudo o que não nos mata torna-nos mais fortes”, mas que aborrece, aborrece, eu que o diga. Bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nem sempre tudo nos corre como planeamos, mas mantenhamos a certeza de que na auto-descoberta reside grande parte da felicidade, explorando territórios desconhecidos, amadurecendo, experienciando, vivendo. Beijos.

      Eliminar
  2. Gosto da noite, especialmente para sair, coisa que não me acontece há anos….
    Também me agrada o descanso, e preciso de um tempo mínimo de sono para não me sentir descompensada…. Claro que a noite traz uma magia criativa a quem gosta de escrever, talvez porque são outros os sons que a acompanham, diferentes aos sons do dia, propiciando outras palavras . Que bom é estarmos connosco mesmos…. Às vezes não sei o que isso é porque escolhi ser mãe, duas vezes…..
    Quando todos dormem tento simular essa aparente solidão, se o cansaço não me derrotar primeiro. A solidão é necessária a sabermos estar com os outros.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Dinamene! Todos conseguimos os nossos momentos de solidão. Seja em segundos, em olhares, em pensamentos. Ser-se Mãe é limitativo, decerto. Mas sei bem que conseguirás encontrar esse espaço essencial para todos nós. E qui ça, aproveitá-lo ainda melhor do que quem não tem as obrigações que uma Mãe terá, com filhos pequenos...

      Um beijo do tamanho do mundo e boas viagens :D

      Eliminar
  3. Obrigada pelas palavras encorajadoras. É verdade, sim... Exagerei na descrição, porém a solidão é sempre aparente pois não deixamos de estar acompanhados, certo? Ser mãe tira tempo, mas dá mundo, dá mais do que tira, é uma bênção e uma escolha. Encontro-me, sim, na barafunda de alegria que me rodeia. Abraço-TE

    ResponderEliminar