sexta-feira, 18 de julho de 2014

#128 Amar a solidão


Paro e penso nas vezes em que tive medo de ficar sozinho, ao longo da vida.

Tirando os tempos de criança em que pedia bastante atenção, (especialmente no meu caso que debilmente precisava de especiais cuidados de saúde) julgo que enfrentei bem essa barreira com o cair do pano.

Sempre gostei de ler. De escrever. De meditar. De passear sem ninguém. De ouvir ou tocar música sozinho. Aliás, a esse propósito, o piano tem sido uma recente feliz descoberta.

Mas, estaremos realmente sós quando estamos sem a companhia de ninguém? NÃO!

Se descobrirmos a enorme alegria que é privarmos com nós mesmos e de nos reinventarmos, quando iniciamos finalmente o caminho da redescoberta interior: nada mais nos amedronta.

No fundo, estamos e estaremos sempre sozinhos. Mas acompanhados de todas as histórias, de todas as memórias, de todos os corações que nos tocaram e que tocamos, também nós ao longo da nossa existência.

Sei que o amor mais puro e verdadeiro, acompanhar-me-à sempre! Amo e celebro pois a vida: todos os dias. 

O momento do fim chegará, mas até aí o meu sorriso interior rejubilará de felicidade por mais essa derradeira viagem, que espero ainda demore... mas que não me mete medo. Duma nova etapa se tratará, apenas.

É pois bom estar vivo! Celebremos todos os dias essa dádiva, independentemente da nossa condição e aproveitemos ao máximo todas as oportunidades de aprendizagem, entre lágrimas e risos, entre despedidas e reencontros.

Até já.




6 comentários:

  1. ACASO (ૐ), como referi no comentário à tua publicação anterior : «A solidão é sempre aparente pois não deixamos de estar acompanhados». E como tão bem “respondes” : «No fundo, estamos e estaremos sempre sozinhos, mas acompanhados de todas as histórias, de todas as memórias, de todos os corações que nos tocaram e que tocamos,…» . Lindo. Identifico-me imenso com as tuas escritas, sou tua fã, amigo. Grata por existires e por escreveres tão bem o que sinto e aquilo em que acredito. Vê lá se publicas uns Remédios em papel! Quero, com autógrafo.

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    1. Simpatia tua minha querida... mas agradeço-te as palavras meigas e carinhosas que me dedicas. De facto tenho pendente um livro (escrevi umas 70 páginas já). Mas sinto que preciso de viver talvez mais um pouco. Quem sabe, se "acontecerem mais coisas", o deixe aparecer até ao fim do ano... veremos. Aparece tu sempre! Gosto também eu de te ler. Pensas e escreves bem. Bjs.:)

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    2. Tb fico à espera... Que "aconteçam mais coisas" depressa que cá te esperamos. beijos

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  2. Hum...fico à espera desse livro...nada como um bom livro, uma boa música, um bom filme, documentário, etc para me acompanhar nas minhas noites e tardes da minha preciosa "solidão". O teu vai ser um deles de certeza, fico à espera, beijinhos

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  3. Subscrevo todas as tuas palavras, aliás somos muito parecidos.
    Cada dia que passa, mais valorizo os momentos em que estou só, com os "outros".
    Beijinhos mano.

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    1. Minha mana... tu que tão bem escreves e brincas com as palavras. Nunca estamos assim, verdadeiramente "sós". Um beijo

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