sexta-feira, 31 de outubro de 2014

#164 Crianças da nova era


Hoje, entre vários outros compromissos, compareci com a minha Vice Presidente, a um Centro de Estudos bem coordenado e orientado holisticamente, para explicar a "miudagem até cerca dos 13/14 anos", o que é esta coisa da Associação Sem Fins Lucrativos Luchapa.

Isto, porque pretendem ser úteis e auxiliar no trabalho que efectuamos, particularmente junto dos sem abrigo e das famílias carenciadas.

Claro que só podia sair dali com um grande sorriso nos lábios!

Senti-os motivados para o efeito, porque se fizeram perguntas altamente pertinentes e porque saí dali reforçado na minha crença: ainda é possível um futuro melhor, a partir das novas gerações.

Confirmei também, que habituado que estou a ser orador em inúmeras palestras, congressos, formações e afins, preciso todavia sempre de me reinventar nas metodologias de comunicação com a camada mais jovem.

A evolução tem que ser constante. Quem não se actualizar, é rapidamente ultrapassado.

Na nova era, existe uma oportunidade. Vi luz em algumas destas crianças, ouvi relatos bonitos. 

Vi e senti:



E S P E R A N Ç A



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

#163 Lisboa que espera


Ali estava à hora combinada
sozinha, perdida, no meio da estrada

Lisboa ansiava
alguém ao longe a espiava

ela? enfim, esperava
exasperava

e...





nada.



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

#162 Pequenas lições que a vida nos dá


Nunca compares a tua vida com a dos outros. Porquê? Eu explico: 

1. Nunca tens a absoluta noção de qual a dimensão da dureza do caminho que o conduziu até onde o(a) vês;
2. Desconheces qual a sensação que o(a) mesmo(a) sente, em estar no ponto em que o vês;
3. Não sabes para que ponto irá em seguida.

Por isso, olha apenas pela tua vida e saboreia-a em tudo quanto ela te brinda, aprende com as quedas, cresce e aprende.

Faz sempre o melhor que puderes. Ajuda todos quantos possas, mas começando naturalmente por te ajudares: a TI.

Nada podes fazer por ninguém, se não reunires os mínimos e a chave está em nunca te esqueceres dessa obrigação, quando atingires para cima do patamar mínimo e quem sabe mesmo: os máximos.

Não mates. Não roubes. 

Supostamente duas regras tão simples, mas tão difíceis de cumprir, se compreendermos que o lucro é um roubo (para eu estar aqui a escrever um texto no computador, alguém está do outro lado do mundo a passar fome) e quanto a não matar... para além da compreensão da premissa anterior ser complexa e envolver necessariamente a "cumplicidade" na morte de alguém, temos ainda a alimentação e as mortes que a mesma provoca, sempre de inúmeros animais.

"Não matar" implica, portanto, também em si, muitas decisões.

Sim, já sei que assobiar para o lado é sempre mais simples. De resto, é essa a história da nossa civilização, começando pela sociedade ocidental.

Claro está que também eu não cumpro na íntegra estas três premissas. Mas ao menos estou consciente e dando passos largos nesse sentido. Um dia destes já "lá" estarei.

Quanto a TI? Só tu saberás.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

#161 O mantra que se impõe


memórias de tempos vividos 
de tempos por viver 
de tempos que já não viverei

olhares trocados, perdidos
no âmago do meu ser
que só eu saberei

percorro imagens que sinto
mesmo quando me minto
mas vislumbro-as tão bem...

só queria ao menos um quinto
de mais tempo, neste recinto
para deixar de ser refém

desconheço o fim da história
mas insisto em guardar na memória!

o testemunho guardado
hermeticamente fechado

mas livre, na imensidão do céu. 


Olho para cima e a todos... vos mando:



SINTAM!
um beijo meu



quinta-feira, 23 de outubro de 2014

#160 LUCHAPA


Presido a duas associações. Ambas em regime de voluntariado, o que quer isto dizer que nelas não ganho qualquer quantia, não tenho qualquer tipo de regalias, não tenho ajudas de custo, nem vencimento. 

Nem por cima nem por baixo da mesa... claro que tenho que ganhar a minha vida, trabalhando. Como toda a gente.

E isso naturalmente me enche de orgulho. Hoje, foi remodelado o novo site de uma delas. Da mais jovem (a outra é centenária) que é a: Associação Luchapa, que ajudei a fundar.

Convido-vos a aparecerem e a darem a vossa opinião. 





domingo, 19 de outubro de 2014

#159 Do sol e da chuva em mim


Ando perdido entre dois tempos
Entre o "eterno" e o "nenhures"
entre o sol, o inverno e

o abraço fraterno vindo de algures


Chovo copiosamente
todo eu sou terra viva 
azul e verde (esperançosamente)
timbre e toque, que me cativa


Alma mater que me inspira
barca dos descobrimentos
resgata esse dEUS que admira
p'la magia adentro, dos elementos


Nesta dimensão, travo caminho
onde tudo se ilumina
dois seres fundidos numa colina

uma multidão, mas... estou sozinho





quarta-feira, 15 de outubro de 2014

#158 Fazer acontecer


Dois ou mais seres parados, não chegam a lado algum. Caminhar, implica pois movimento. Seja ele interior, ou exterior.

E claro está... que as caminhadas interiores: são sempre as que nos levam mais longe.

Até já.

domingo, 12 de outubro de 2014

#156 Coração cheio


Vejo cada vez menos televisão. (* já aqui falei disto, pelo menos uma vez) 

Por vezes, ainda um filme ou outro me cativa. Ou quem sabe um bom documentário, ou ainda por vezes peças dos noticiários sobre avanços científicos, dos tempos em que vivemos. 

Nada mais.

Isto, ao mesmo tempo que me vou preparando para a grande viagem que irei fazer de cinco a dezasseis de Novembro. A viagem até mim mesmo, no curso de meditação vipassana.

Estou expectante em como irei lidar com o silêncio mais profundo, com a solidão, com a não comunicação com o exterior. Com um regime rígido de doze horas de meditação por dia. E que homem voltará, depois?

Hoje de manhã passava os olhos por um filme e assistia a um pequeno discurso de um personagem retratando um homem velho, um ancião, que não resisto a reproduzir, pela beleza e densidade do mesmo:

"Às vezes as coisas que podem não ser verdade, são basicamente aquelas em que um homem tem que acreditar.
Que as pessoas são fundamentalmente boas.
Que a honra, a coragem e a virtude, são tudo.
Que o poder e o dinheiro não são nada.
Que o bem triunfa sempre sobre o mal

e



Que... o verdadeiro amor: nunca morre."



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

#155 Ao correr da pena


Preparo-me para ir para casa e escrevo mais umas linhas, desta vez a partir do meu gabinete nos bombeiros.

O que fará um tipo da minha idade, abraçar causas em regime de total voluntariado, optando por dedicar horas do seu tempo de vida em meio associativo?

Porque é que não prefiro dedicar o meu tempo a ganhar dinheiro e mais dinheiro?

Porque é que não prefiro antes ver televisão, ou sair à noite, ou simplesmente nada fazer?

Porque é que decidi, há tantos anos que a minha vida só teria valor se fosse partilhada com todos(as)?

Porquê?

Porque só sei ser feliz assim, ou visto por outro prisma, talvez porque esta é a única forma que encontrei de minimizar o meu sofrimento.

DAR! DAR! DAR!

Felizmente não sou o único... 

Obrigado a todos e a todas, que orbitam o meu mundo e me relembram todos os dias, que pese embora a tipologia das responsabilidades que carrego sozinho: a tarefa é no entanto de grupo e não de um só ser em particular.

Espero acordar amanhã, mas se acaso não acordasse, partia feliz, de coração cheio e com a certeza de com as condições que tinha nesta vida: fiz tudo quanto podia. Ou pelo menos... uma boa parte!

E essa sensação: não tem igual!

Até já.


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

#154 Ser-se quem se É


A história da minha vida tem sido mais ao menos assim. 

Raramente passo indiferente nos locais por onde me deixo ficar mais tempo, ainda que actualmente procure mais o anonimato, a paz e a serenidade, que me traz o silêncio que vou de alguma forma procurando a todos os níveis. Nem sempre parece... mas é o que é.

Um caminho demorado, mas cuja meta um dia chegará.

Várias são as pessoas que amo, não obstante serem em menor quantidade aquelas pelas quais me sinto verdadeiramente ligado.

O exercício da liderança, é tarefa sempre solitária... 

Nomeadamente no processo de decisão, ainda que sempre me tenha munido de vários e preciosos conselhos, de todos(as) em quantos(as) reconheço tantas ou mais capacidades que eu, nos mais diversos temas. Obrigado!

Lamento ter quem eventualmente me odeie. Não que isso me retire o sono, mas caramba... eu não odeio ninguém!

Todavia compreendo, que para alguns/algumas cujos corações tenha ferido por qualquer motivo, a dor seja qui ça difícil de suportar.

Por esse alegado motivo: as minhas desculpas. Mas não é motivo para tanto...

No que a mim me toca, todos(as) quantos(as) me feriram, têm há muito o meu profundo agradecimento, pelo crescimento que em mim operaram. Foram verdadeiramente Mestres, cuja passagem em mim hoje reconheço e com a qual julgo ter aprendido mais qualquer coisa.

Quanto à dor... bom, essa há muito que faz parte de mim. 

Acolho-a com o sorriso de quem a reconhece, afinal já tão bem.


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

#153 A propósito dos direitos


Desculpem lá. É que já não há estômago para tanta treta que leio, ouço e assisto por aí.

Fica aqui a minha respectiva declaração de interesses. É sempre útil para quem queira iniciar uma conversa comigo. É simples: basta deixar os estereótipos, preconceitos e as supostas "verdades adquiridas" à porta.

Vícios da sociologia? Se calhar é antes uma das "virtudes" do curso. Também por essa interpretação e capacidade analítica da sociedade em que nos inscrevemos, de uma forma mais arejada, ainda que também necessariamente parcial (bem tento não ser, mas nunca é fácil) valeu a pena tê-lo tirado. 

Quanto a TI? Abre a tua mente.


Grato.

domingo, 5 de outubro de 2014

#152 Espero dos outros, cada vez menos


Revisito na imagem que dá corpo a este meu post de hoje, um dos meus escritores favoritos e sempre recomendáveis: Hermann Hesse.

O tempo vai avançando. 

Sinto isso por exemplo nos meus cabelos, que vão ficando devagarinho e como sempre os sonhei ter, um dia: grisalhos. Mas não só nos meus... nos dos outros, também.

Olho e observo rostos marcados pelo tempo. Aos poucos, muito ao de leve. Preocupo-me mais com a minha alimentação, com a minha saúde.

Livra, que quero ser jovem mais tempo ainda!

Meninas de ontem, são agora mulheres. E algumas das que reconheci um dia como mulheres, são afinal ainda e às vezes: meninas.

Isso não é necessariamente mau. Mas às vezes, é.


Já os rapazes... quase sempre são apenas: rapazes. Poucos reconheço, já como homens... tirando os que já bem vividos, se fizeram entretanto Homens, mesmo.

Aprendi a viver menos a desilusão... O que equivale a iludir-me menos.

Na verdade, espero a maior parte da mudança, de dentro de mim mesmo. Às vezes, percebo que algumas das minhas montanhas, poderão ser já intransponíveis, derivadas da passagem do tempo. Outras vezes, não.

O que sei, é que muita coisa me emociona, bem mais do que alguma vez me emocionou. É delicioso estar vivo, não obstante doer muito... 

Olho com mais calma para o céu. Olho com mais calma para o mar. Olho-TE com mais calma. Olho com mais calma. 

O l h o 

  c  o  m


    m   a   i   s



  
      c     a     l     m     a 



Com mais. 

Tudo tem mais de mim. Sou mais EU, em tudo. Até no 







silêncio