sexta-feira, 18 de março de 2016

#222 Mistério



A vida e as suas múltiplas formas e feitios.

Constantemente somos colocados à prova. 

Depressões que nos atravessam adentro, pelo passado que nos trazem; stress diário e constante pelo excesso do presente nas nossas vidas ou o também excesso mas de futuro, traduzido em ansiedades várias.

Na verdade, os corações também se gastam. Também oxidam.

Manter a pureza original e preservar a essência, num corpo e mente toda ela impermanente, é sem dúvida complexo.

O desafio da percepção dos vários contextos, da consolidação da verdade das nossas vidas e da desmistificação da evolução das posições, por contraposição à descoberta da outrora confortável mentira, é desafio constante.

Um corpo finito, que guarda uma espiritualidade que se eternizará.

Como fazer o equilíbrio entre o prazer do imediato, à imperiosa solidez que tudo o que se pretende duradouro, necessita?

Como separar o trigo do joio, como cessar os vários carrosséis da vida e aceitar a sensação de dejá-vu que se materializa ad eternum?

O doce: afinal é fel. O fel, às vezes sabe a mel. Contraditório?

Eis o paradoxo da vida exposto nas suas dimensões várias, onde só se desilude quem se ilude.

Nem sempre a caça, nem sempre o caçador. Nem sempre a lágrima, nem sempre o sorriso.

Afinal, nem tudo o que sempre foi, sempre o seja!

O que não quer dizer que o que nunca foi, algum dia o não venha a ser...

É assim a vida. 

Lutar ou aceitar, é questão diária! É dúvida filosófica premente, incómodo sistemático, em movimento ou estático: verdadeira equação matemática por resolver.

Isto de viver várias vidas, observar vários mestres, regressar em tempos e tempos imemoriais: cansa.

E a novidade? Quando vem? O que mais se quer é: A novidade! 

Mas Ela não vem, gasta que está a história vivida, contada e recontada em tempos diversos, com fenómenos dispersos, num cosmos que de grande se faz pequeno, pela repetição que surge em formato jardim-escola.

- Sim, Senhor Professor. A repetição? Vou já.


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